ORATÓRIA



Os gêneros orais na universidade são tão importantes quanto os escritos. Saber como se portar, como organizar o texto de uma palestra ou de uma comunicação oral, é oportunizar os alunos a uma cultura que não estão acostumados. Para isso, vencer o medo e aprender como se organiza o texto é uma de nossa preocupação com o ensino de gêneros orais na universidade. 

Nesta primeira conversa, vamos listar algumas dicas de como vencer a ansiedade e o medo de falar em público. Esse material faz parte do projeto de extensão que desenvolvemos na UEPB - Curso de Arquivologia.

Alunos apresentadores no evento - Conclusão do Curso de Oratória: Você pode falar em público!

Cada participante recebeu um certificado de 45h/aula

Turma no dia da conclusão do curso

Abertura do evento com a diretora do Campus V- UEPB

Apresentação da mesa-redonda

Na ocasião, houve a entrega do prêmio de Análise documentária - disciplina Profª Francinete





APRESENTAÇÃO
 


  Ao longo da História da Humanidade, a Oratória tem sido uma arte perseguida por muitos. Conhecer os seus mistérios dominá-la, tem sido um alvo almejado por tantos durante muitas décadas.
Poderíamos buscar compreender os motivos desta necessidade. Comunicar-se bem é um alvo que todo profissional deve buscar com afinco, pois é uma característica fundamental a todo aquele que deseja realizar-se, e ter uma carreira de sucesso.
A comunicação está presente em todas as áreas de atuação. O perfil de um líder também exige esta capacidade. Portanto, por estes e tantos outros motivos poderíamos entender que desenvolver as habilidades na área de comunicação abrem novas perspectivas e preparam o profissional para um mercado onde a versatilidade, a visão e a facilidade de relacionar-se com outro,são ingredientes essenciais.

A oratória é mais típica e a mais gráfica manifestação da arte, porque é a arte da palavra- palavra que é vestidura do pensamento, da palavra que é a forma da idéia, da palavra que é a nítida voz da natureza e do espírito, da palavra que é tão leve como o ar e tão irisada, como a mariposa, da palavra que é transparente como a gaze e tão sonora como o bronze, da palavra que cicia como a oura e troa como o canhão, que murmura como o arroio e ruge como a tormenta, que prende como o imã e fulmina como o raio, que corta como a espada e contunde como a clava, que fotografa como o sol e acarinha como o fogo; da palavra que ostenta a majestade da arquitetura, o relevo da escultura, o matiz da pintura, a melodia da música, o ritmo da poesia, e que por seus rendilhados e riquezas, por suas graças e opulências, aclama a oratória, rainha das artes, e o orador-rei dos artistas!”
Alves Mendes
 






  I. BREVE HISTÓRICO DA ORATÓRIA




O seu surgimento data dos primórdios da civilização a partir do desenvolvimento da fala humana. Os primeiros passos em direção a sua fundamentação reportam-se á Grécia antiga. Na Sicília, no século V a.C., quando a oratória tratava sobre os princípios da conduta. Sua aplicação era em maioria voltada para os tribunais.
Como parte de uma estrutura mais formal o discurso era composto por cinco partes a saber:
·         EXÓRDIO: introdução ou preâmbulo de discurso;
·         NARRAÇAO: exposição escrita;
·   ARGUMENTAÇÃO: raciocínio através de uma ou várias proposições para se chegar a uma determinada conclusão;
·         DIGRESSÃO: diversão do assunto, evasiva;
·         EPÍLOGO: conclusão do discurso, onde se recapitula o que se tratou.
Para os gregos valorizava-se a busca de um treinamento prático onde se enfatizava o julgar, o falar e o agir. Através de técnicas de leituras em públicos, comentários de poesias, treinamento de improvisações e promoção de debates. Pode-se citar o treinamento de Aristóteles que durou em torno de 20 anos.
De todas as citações históricas, merece destaque à do orador Demóstenes, considerado o melhor em todos os tempos para o povo grego. Seu exemplo de persistência, organização e confiança feriram este titulo.
Entre o povo romano, destacou-se o nome de Cícero, considerado orador perfeito no que se refere aos aspectos técnicos.


II.         DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO

Quando se analisam as dificuldades mais comuns no que se refere á comunicação, percebe-se que alguns aspectos são citados com certa freqüência, poderíamos citar, entre tantos, alguns que já se tornaram bastantes comuns em representações feitas por muitos participantes de curso de Oratória:
01.     Medo de falar em publico;
02.     Ansiedade;
03.     Desconhecimento de técnicas;
04.     Insegurança;
Umas das maiores dificuldades encontradas na comunicação encontra-se na inexistência de estimulação destas áreas que são poucos trabalhados durante o processo de desenvolvimento humano. A verdade é que, o nosso sistema educacional não promove este crescimento. O falar em público com facilidade requer treino, sem o qual, o aprimoramento da habilidade fica um tanto quanto prejudicado.
Durante a maior parte das nossas vidas, a comunicação está sempre presente, mas o falar para muitas pessoas, nem sempre está. Por isto, é bastante natural perceber pessoas conservando alegre e descobrindo em pequenos grupos, fazendo seus discursos pessoais, argumentando e defendendo pontos de vistas. No entanto, quando a maioria destas mesmas pessoas é convidada a posicionar-se, repetindo estes mesmos procedimentos frente a um grupo maior ou de pessoas desconhecidas, o medo surge como seu principal obstáculo.
REFLETINDO SOBRE O MEDO
Ter medo é algo natural, é inerente a todo ser humano. Em alguns aspectos, dir-se-ia que ele é até saudável, pois pode atuar como um sinalizador, favorecendo a prudência. Quem já não temeu algo em algum momento de sua vida?
Todos os grandes oradores, mesmo os mais experientes, já viveram e continuam vivendo, dependendo das circunstâncias que os cercam, momentos de ansiedade e medo diante de certas apresentações.
A questão não é deixar de sentir medo. O fundamental é desenvolver controle emocional adequado para não deixá-lo dominar. A partir do momento em que nos deixamos conduzir totalmente pelas emoções, ficamos a sua mercê. Isto sim é perigoso!

Leitura em público - Curso de Oratória - UEPB

















  •    Esteja mil vezes mais preparado. 
  •     Faça um aquecimento mental físico. 
  •   Saiba de cor as cinco primeiras palavras e a mensagem final. 
  •   Respire fundo e descontraia.
  •    Dê uma olhada geral, se possível sorrindo.
  •    Entre em cena de forma “decidida”.
  •  Cumprimente os presentes num bom tom de voz.
  •   Nunca tome um drinque antes, os efeitos são péssimos.


        

















 RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES!!!

01.   Encare o medo normalmente: LEMBRE-SE! A questão não é negá-lo ou impedi-lo de aparecer, e sim entender que está em nossas mãos à possibilidade de controlá-lo. Deus nos dotou de uma mente poderasíssima, capaz de controlar adequadamente os nossos impulsos emocionais.
02.   Controle o nervosismo: Para que ele não tome um espaço demasiadamente grande, concentre-se em controlá-lo ao menor sinal do seu aparecimento. O treino exaustivo, o preparo do material e alguns exercícios de relaxamento antes de iniciada a apresentação, ajudarão a minimizar sensivelmente os seus efeitos.
03.    Atitude correta: Vigie o seu comportamento: muitas vezes, tomados pelo nervosismo ou mesmo pela excitação decorrente do momento vivido, não percebemos que o nosso comportamento é visivelmente comprometido durante a apresentação, por isso, faz-se necessário prestar atenção a nossa postura, principalmente observando onde estamos concentrando a nossa tensão. A desatenção a este aspecto pode muitas vezes, nos colocar em situações de constrangimento e ridículo. PORTANTO, CUIDADO!
04.    Saiba o que falar: Revise o seu trabalho: observar se todos os detalhes da apresentação estão prontos nunca é demais. Segundo Robin Power, o constante ensaio proporciona-nos intimidade com o conteúdo a ser abordado. A segurança então é uma mera conseqüência do comportamento de alguém que tem dentro de si a mensagem que irá transmitir.Sobre este assunto, um participante de um de nossos cursos, contou-nos certa vez que, em um navio que estava naufragando, enquanto todos corriam alvoroçados, em busca de salvação e procurando retirar da embarcação alguns pertences que julgavam importantes para serem levados consigo; um homem andava calmamente em meio a todo o grupo em desespero, quando alguém, notando a sua tranqüilidade, e percebendo que ele não estava carregando nada consigo, questionou-o:  “O senhor não vai levar nada?” e o homem  tranqüilamente respondeu: “Tudo o que eu preciso para viver está aqui”,  respondeu apontando para sua mente. Portanto, nunca esqueça o quanto é importante que a mensagem faça parte de você!
05.     Cuidado com as expectativas! Dar espaço para a formação de conclusões precipitadas abre um grande espaço para a ansiedade. Não crie expectativas negativas. Não perca tempo sobre o que irá ou não acontecer, pensando na maneira como as pessoas o receberão. Concentre-se em preparar-se em visualizar o seu sucesso. Há um texto na Bíblia que nos aconselha a viver cada dia de uma vez e deixar o dia de amanhã nas mãos de Deus.
06    Observe o comportamento  durante  o   discurso: não apenas o seu, como já ressaltamos, mas também o da audiência. Estar atento a todas as nuances de movimento e comunicação da platéia, confere ao orador a habilidade de dar ao seu discurso uma evolução que atenda às expectativas dos ouvintes.
  07.  Controle  a  respiração: ela pode denunciar o seu nervosismo, atrapalhar a sua comunicação. È  necessário adquirir controle sobre a mesma. Uma respiração adequada ajuda-nos a pensar com tranqüilidade, pois oxigena o nosso cérebro e da à voz, características muito mais positivas.
0.8 Lembre-se de praticar: não existe bom orador sem treino. Ninguém nasce orador, o excelente comunicador não nasce feito, se faz! 

Há três palavras que
determinam o sucesso:
TREINO, TREINO e TREINO!!!
Debate acadêmico- Curso de Oratória UEPB



















III - QUALIDADES DO ORADOR




Memória
Habilidade
Inspiração
Criatividade
Entusiasmo

Determinação
Observação
Teatralização
Síntese
Ritmo



Voz
Vocabulário
Expressão corporal
Naturalidade
Conhecimento

















IV- PREPARAÇÃO DE PALESTRA E DISCURSOS
                
Apesar de buscarmos na História, informações sobre a origem e organização da Oratória. Destaca-se hoje os profissionais nesta área, que o bom comunicador moderno é alguém que procura combinar adequadamente os conceitos técnicos ao desenvolvimento de estilo próprio de apresentação. As regras contemporâneas já não são tão exigentes e formais. Podemos buscar uma livre expressão, no entanto é sempre útil “temperar” o estilo pessoal com uma boa dose de bom senso. O comunicador de vanguarda é aquela capaz de atualizar, acompanhando e evolução dos tempos, observando o contexto no qual está inserido.
Para se preparar uma boa apresentação é fundamental ter informações claras sobre que tipo de assunto e publico estarão envolvidos. De maneira geral, hoje, uma apresentação deve estar subdividida em três pontos chaves:
1. INTRODUÇÃO: contendo um breve relato de assunto a ser tratado, com a finalidade de preparar um pano de fundo para informar melhor a audiência. Ex.: Uma pergunta, a narração de um fato real, um dado ou informação.
è Normalmente composta de: apresentação pessoal, cumprimento, objetivo da palestra, ilustrações.
2. DESENVOLVIMENTO: ou corpo da apresentação, espaço maior reservado á explanação e argumentação do assunto. O assunto é abordado de forma mais profunda.
è Normalmente composto de: fatos , dados, informações, base teórica, análise de dados / comparações, relatos de experiências, citações, resultados alcançados.
3. CONCLUSÃO: também breve, deve conter essencialmente um breve resumo da apresentação, objetivando a fixação dos pontos chaves e as palavras finais de conclusão, agradecimentos e despedidas.
É Normalmente composta por: síntese, frase de impacto, clareza da intenção do discurso, agradecimentos, citações, poemas, canção, etc.
                                                                                                                          
          De maneira geral, para uma boa distribuição do conteúdos, é necessário a seguinte proporção com relação aos 100% que representa toda a apresentação: o orador deve dedicar 10% à INTRODUÇÃO, 70% ao DESENVOLVIMENTO e 20% à CONCLUSÃO. Utilizando estas proporções, não se incorrerá no erro de estender-se inadequadamente.

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